Eu tinha uma
tia que era adorável. Sorridente como ninguém, gentil e prestativa como poucas.
O mundo desabava dentro dela, mas ela mostrava uma força, uma alegria e um otimismo
que não sei de onde tirava. Tenho uma prima que também é assim. Essa minha tia casou
bem jovenzinha com um homem que talvez não tivesse muita vocação para o
casamento e entre idas e vindas, separações e retornos e desejos desesperados
de mudanças que nunca vieram, ela se manteve com ele a vida toda. Sempre que eu
ouvia a Valsinha, do Chico e do
Vinícius, eu pensava nela – uma mulher que cercada por silêncios e mágoas, esperanças
e desejos, guardava seu vestido contando com o dia em que seria convidada novamente
para rodar. Quando comecei a escrever a historieta “Da Paixão”, uma das que
apresentamos em “Café com biscoitos”, foi inevitável não escrever para essa
minha tia. Acho que ela não foi convidada para rodar pelo tal marido como
talvez tanto esperasse. Mas, quem sabe ela tenha ficado feliz com o outro final
que preparei para ela. Você poderá conhecer essa história de amor e paixão colaborando com o nosso projeto de financiamento coletivo, que pretende levar essa e outras histórias para asilos e grupos de terceira idade! Visite a nossa página no Catarse!
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